A maioria das pessoas conhece o urso-panda, um
mamífero que ocorre na China e que só habita florestas de bambus da
região, se alimentando de brotos, ramos e folhas dessa planta. O que
quase ninguém sabe é que existe no Brasil uma espécie de mamífero que
também é especialista em bambus (por aqui também conhecidos
como taquaras), ocorrendo exclusivamente nas touceiras dessas plantas e se alimentando somente de folhas e brotos das mesmas.
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O rato-da-taquara em uma touceira de
bambu no Parque Estadual Itapuã, no Rio Grande do Sul (foto: Roger B.
Silva)
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O rato-da-taquara (
Kannabateomys amblyonyx
) é um mamífero da ordem dos roedores e da família
Echimyidae. Apesar do nome popular, ele não é exatamente um rato,
como o rato
comum, encontrado nas casas, e outros roedores da família Muridae. Tanto que, em inglês, os equimídeos são chamados de
rat-like rodents
(roedores semelhantes a ratos), já que pertencem a
outro grupo taxonômico: ao contrário dos ratos de casas, pertencentes à
subordem dos Myomorpha, o rato-da-taquara figura na subordem
Caviomorpha, a mesma de capivaras, pacas e preás.
A família Echimyidae inclui espécies de tamanho médio
(130 a 900 g), herbívoras, terrestres, arborícolas ou subterrâneas, e é
amplamente distribuída na região neotropical (área biogeográfica que
abrange a América do Sul e a América Central). São vulgarmente chamados
de ratos-de-espinho, já que muitos animais desse grupo (mas não o
rato-da-taquara) têm pêlos rígidos semelhantes a espinhos.
O rato-da-taquara é relativamente grande para um equimídeo,
com comprimento total em torno de 57 cm, incluindo a cauda longa (em torno de 33 cm), e peso de até 600 g. Suas patas são parecidas
com
as de um mico-estrela ou sagüi: as dianteiras apresentam quatro longos
dedos separados, no centro, por uma larga abertura – característica que o
torna capaz de se agarrar a ramos e galhos e de se deslocar pelas
hastes da taquara (ou bambu) – e suas unhas não têm forma de garras.
Esse roedor é bem menos conhecido que seu ‘primo’
distante, o urso-panda, da Ásia, que pertence a outra ordem de
mamíferos, os carnívoros. Até hoje, as informações disponíveis sobre a
ecologia do rato-da-taquara no Brasil são encontradas em apenas dois
estudos realizados no Sudeste. Esse pouco conhecimento se deve,
principalmente, ao fato de ele ser um animal pequeno, de difícil
visualização e captura.
O
K. amblyonyx
é endêmico da região da mata atlântica, uma das 25
áreas onde há maiores riscos para a biodiversidade no mundo atual (são
os chamados hotspots, áreas
com
alto grau de endemismo e vulnerabilidade), sendo considerado o único
mamífero desse bioma especialista em taquaras. Embora ocorra
eventualmente em bambuzais isolados, em geral esse animal precisa de
áreas cobertas por florestas para se deslocar. Graças à sua preferência
invariável pelas taquaras, seja
como fonte de alimento ou
como
hábitat exclusivo, e também à acelerada destruição da mata atlântica,
cuja área está reduzida hoje a menos de 5% da original, o
rato-da-taquara, assim
como outras espécies desse bioma, poderá sofrer ameaça de extinção em um futuro próximo, caso o desmatamento continue.
Além disso, embora a distribuição geográfica da
espécie inclua todos os estados do Sul e do Sudeste, nada se conhece
sobre a sua ecologia na região Sul. No Rio Grande do Sul, em especial,
há pouquíssimos estudos sobre a ecologia básica da grande maioria dos
roedores (mais de 40 espécies no total) e nenhum sobre o
rato-da-taquara. A pouca informação existente a respeito dos roedores
sul-riograndenses impede as mais simples inferências sobre o
status
de conservação de algumas dessas espécies ou a
definição de medidas que poderiam garantir a preservação daquelas
potencialmente ameaçadas no estado.
Este estudo apresenta os resultados de um projeto de pesquisa que visou levantar dados sobre a ecologia e o
comportamento
do rato-da-taquara no Parque Estadual de Itapuã, próximo a Porto Alegre
(RS), onde parece ser o limite sul de sua distribuição. Além de
aumentar o conhecimento científico sobre a espécie, pretendemos também
contribuir para a definição de medidas de conservação do animal na
região..
Roger Borges da Silva
e
Emerson M. Vieira
Laboratório de Ecologia de Mamíferos
Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos)
Matéria do site Ciência Hoje do UOL
http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/revista-ch-2006/224/sobre-ratos-e-pandas
Ai Bluezão eu tenho um blog que fala de animais se chama brunochavesanimais.blogspot.com falei deste animal agora. valeu cara e sucesso
ResponderExcluirQuase ninguem consegue filmar e eu ia logo matando um desses por acaso sem saber de intinção e muito menos que era rato da taquara...
ResponderExcluirserá que existe fiança pra quem é preso pelo Ibama ?? kkkkkk
passando dias na casa de familiares em um sitio em curitiba um desses se sentiu coagido saiu do bambuzal dos fundos da casa de minha tia e se malocou bem no quarto em que eu dormia a noite...ah ñ pensei 2 vezes lá vem eu com aquelas vassouras de bruxa enorme tipica do sul...pra matar o roedor bem que eu vi que elle era diferente doas ratazanas comuns,falta de informação é dose viuuu.....kkkk